Noite sem luar
Em Madrid a lua se esconde das miradas. Entre um edifício e outro, no meio, às vezes mais à esquerda. Quem conseguir apontar com o dedo não ganha verrugas. E não é que tenha fugido dos ciganos de Lorca. Cidade é lugar que não reconhece a noite. Luta para imitá-la, ao imitá-la lhe sufoca: as luzes, os semáforos, os postes iluminados, os olhos de milhares de carros que atropelam o escuro. Ninguém olha para o alto. Cabeça abaixada: os pés podem tropeçar na própria pressa.
A cidade destrói meu coração.
Luna, lunación, lunar, lunático. Em castelhano não há palavra que signifique o luar. É verdadeira a história de um estudante que viajou à Lisboa e ficou tão embriagado com a exuberância da palavra que apelidou a namorada e o cachorro com esse mesmo nome.
domingo, 4 de janeiro de 2009
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